quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Realismo em Portugal


Realismo em Portugal
O Realismo em Portugal surgiu após 60 anos de dominação espanhola, quando os portugueses entravam em uma profunda decadência econômica e intelectual. As ideias românticas vigentes na literatura do país ficaram ultrapassadas pelos novos pensamentos que tomavam conta da Europa do século XIX. Em um país que passava por sérias dificuldades financeiras e certa estagnação cultural, surgiram então os realistas, que traziam uma atitude de revolução e modernização do pensamento português.
 Com o desenvolvimento das ideias iluministas e a caminhada da sociedade europeia rumo a uma visão cientificista da realidade, dois universos artísticos iniciaram um conflito em Portugal. Na época da publicação das Odes Modernas (1865) por Antero de Quental, dois estilos dominavam o ambiente literário português: em Lisboa, permanecia o velho Romantismo, liderado por Antônio Feliciano de Castilho; em Coimbra, as ideias que logo resultariam no Realismo predominavam e seus produtos mais célebres foram a historiografia de Oliveira Martins, a crítica de Teófilo Braga, o romance de Eça de Queirós e a poesia de Antero de Quental.


 Características do Realismo
·         Distanciamento do narrador
·         Valoriza o que se é
·         Crítica direta
·         Objetividade
·         Textos, às vezes, sem censura
·         Imagens sem fantasias, reais
·         Aversão ao Amor platônico
·         Mistura de épico e lírico nos textos
·         Cosmopolita
·         Positivismo
·         Determinismo
·         Darwinismo

Principais Autores, Principais Obras
Eça de Queirós, “O Crime do Padre Amaro”.
Antero de Quental. 
    
Vida, Obra e Ensaio


Eça de Queiroz
  José Maria Eça de Queirós nasceu a 25 de Novembro de 1845 numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro administrativo da cidade; foi batizado na Igreja Matriz de Vila do Conde . Filho de José Maria Teixeira de Queirós e de Carolina Augusta Pereira d'Eça
 Com 16 anos foi para Coimbra estudar Direito, tendo aí sido amigo de Antero de Quental. Seus primeiros trabalhos, publicados como um folhetão na revista "Gazeta de Portugal", apareceram como coleção, publicada depois da sua morte sob o título Prosas Bárbaras. Em 1869 e1870, Eça de Queirós viajou ao Egito e visitou o canal do Suez que estava sendo construído, o que inspirou diversos de seus trabalhos, o mais notável dos quais o Mistério da estrada de Sintra, de 1870, e A relíquia, apenas publicado em 1887. Em 1871 foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.

Quando foi despachado mais tarde para Leiria para trabalhar como um administrador municipal, escreveu sua primeira novela realista da vida portuguesa, O Crime do Padre Amaro, que apareceu em 1875. Aparentemente, Eça de Queirós passou os anos mais produtivos de sua vida em Inglaterra, como cônsul de Portugal em Newcastle e em Bristol. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Suas obras mais conhecidas, Os Maias e O Mandarim, foram escritas em Bristol e Paris respectivamente. Seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do séc XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com capítulos de uma aventura de vingança bárbara ambientada no século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o protagonista. Trata-se de uma novela chamada A Torre de D. Ramires, em que antepassados de Gonçalo são retratados como torres de honra sanguínea, que contrastam com a lassidão moral e intelectual do rapaz.
Morreu em 1900 em Paris. Seus trabalhos foram traduzidos em aproximadamente 20 línguas.
Foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Fradique Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho Ortigão, aparece também no Mistério da Estrada de Sintra.
Umas de suas obras foi “O Primo Basílio”.

 Antero de Quental
Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842  11 de Setembro de 1891) Nasceu na ilha de S. Miguel, Açores e desde de jovem destacou-se pelas suas opiniões revolucionárias e pela forma de estar na vida. Lutador e muito congruente com os seus ideais socialistas.
Antero espalhou saber pela poesia, filosofia e política. O açoriano estudou direito em Coimbra, onde brilhou como líder estudantil. Foi o guia espiritual da geração de 70, um agitador político a “full-time”, que se afirmou pelo desejo de intervenção e renovação da vida política e cultural portuguesa. Tinha uma personalidade complexa, que oscilava entre a euforia e a mais profunda depressão, acabando em suicido.



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