Realismo em Portugal
O Realismo em Portugal surgiu após 60 anos de
dominação espanhola, quando os portugueses entravam em uma profunda decadência
econômica e intelectual. As ideias românticas vigentes na literatura do país
ficaram ultrapassadas pelos novos pensamentos que tomavam conta da Europa do
século XIX.
Em um
país que passava por sérias dificuldades financeiras e certa estagnação
cultural, surgiram então os realistas, que traziam uma atitude de
revolução e modernização do pensamento português.
Com o desenvolvimento das ideias iluministas e a caminhada
da sociedade europeia rumo a uma visão cientificista da realidade, dois
universos artísticos iniciaram um conflito em Portugal.
Na época da publicação das Odes Modernas (1865) por Antero de Quental, dois
estilos dominavam o ambiente literário português: em Lisboa, permanecia o velho
Romantismo, liderado por Antônio Feliciano de Castilho; em Coimbra, as ideias
que logo resultariam no Realismo predominavam e seus produtos mais célebres foram
a historiografia de Oliveira Martins, a crítica de Teófilo Braga, o romance de
Eça de Queirós e a poesia de Antero de Quental.
Características do Realismo
·
Distanciamento
do narrador
·
Valoriza
o que se é
·
Crítica
direta
·
Objetividade
·
Textos,
às vezes, sem censura
·
Imagens
sem fantasias, reais
·
Aversão
ao Amor platônico
·
Mistura
de épico e lírico nos textos
·
Cosmopolita
Principais
Autores, Principais Obras
Eça
de Queirós, “O Crime do Padre
Amaro”.
Antero de Quental.
Vida, Obra e Ensaio
Eça de
Queiroz
José Maria Eça de Queirós nasceu a 25 de
Novembro de 1845 numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro
administrativo da cidade; foi batizado na Igreja Matriz de Vila do Conde .
Filho de José Maria Teixeira de Queirós e de Carolina Augusta Pereira d'Eça
Com 16 anos foi para Coimbra estudar Direito, tendo aí sido amigo
de Antero de
Quental. Seus primeiros trabalhos, publicados como um folhetão na
revista "Gazeta de Portugal", apareceram como coleção, publicada
depois da sua morte sob o título Prosas Bárbaras. Em 1869 e1870, Eça de Queirós
viajou ao Egito e visitou o canal do Suez que estava sendo construído, o que
inspirou diversos de seus trabalhos, o mais notável dos quais o Mistério da estrada de Sintra, de 1870, e
A relíquia, apenas publicado em 1887. Em 1871 foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.
Quando foi despachado mais tarde para Leiria para trabalhar como um administrador
municipal, escreveu sua primeira novela realista da vida portuguesa, O Crime do
Padre Amaro, que apareceu em 1875. Aparentemente, Eça de Queirós passou os anos
mais produtivos de sua vida em Inglaterra,
como cônsul de
Portugal em Newcastle e em Bristol.
Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, A Capital, escrito
numa prosa hábil, plena de realismo. Suas obras mais conhecidas, Os Maias e O
Mandarim, foram escritas em Bristol e Paris respectivamente. Seu último livro
foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um
fidalgo do séc XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua
linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com capítulos de uma aventura de
vingança bárbara ambientada no século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o protagonista.
Trata-se de uma novela chamada A Torre de D. Ramires, em que antepassados de
Gonçalo são retratados como torres de honra sanguínea, que contrastam com a
lassidão moral e intelectual do rapaz.
Foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital,
obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em
1925. Fradique
Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho Ortigão, aparece também no Mistério da
Estrada de Sintra.
Umas de suas obras foi “O Primo Basílio”.
Antero de Quental
Antero
Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 — 11 de
Setembro de 1891) Nasceu na ilha de S.
Miguel, Açores e desde de jovem destacou-se pelas suas opiniões revolucionárias
e pela forma de estar na vida. Lutador e muito congruente com os seus ideais
socialistas.
Antero espalhou saber pela poesia, filosofia e política.
O açoriano estudou direito em Coimbra, onde brilhou como líder estudantil. Foi
o guia espiritual da geração de 70, um agitador político a
“full-time”, que se afirmou pelo desejo de intervenção e renovação da vida
política e cultural portuguesa. Tinha uma personalidade complexa, que oscilava
entre a euforia e a mais profunda depressão, acabando em suicido.
Obrigado
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